Viva o Mundo

Pegar a onda perfeita é o sonho de todo o surfista. E isso depende não só de talento, mas também de uma mãozinha da natureza: ondulação, vento, corrente, posição geográfica. O surfista e comunicador Ki Fornari, repórter e apresentador do Programa Swell na Rádio Atlântida FM de Porto Alegre, está sempre ligado no que acontece de melhor no universo do surfe.
Com exclusividade ao blog Viva o Mundo, ele dá dicas de lugares em que a prancha é a bagagem mais importante.

Anote aí e comece a programar a sua próxima viagem:

Jeffreys Bay, na África do Sul
O verdadeiro paraíso dos surfistas é a Jeffreys Bay, responsável pela “direita mais perfeita do mundo”. As ondas podem quebrar de 3 a 10 pés. A praia, que tem uma das mais intensas belezas naturais da África do Sul, fica nas proximidades de Porth Elizabeth, na província de Eastern Cape.
Apesar de a economia local girar basicamente em torno do surfe, a infraestrutura turística é excepcional. Além das atividades no mar, que incluem uma visitinha ao tubarão branco, há várias opções em terra, ligadas ao ecoturismo. Há trilhas, prática de rapel e, claro, safáris a bordo de jipes 4×4. Quem quer um momento cultura em Jeffrey’s Bay pode visitar o Museu de Conchas e o Museu do Surfe. Claro, tudo tem a ver com o mar.
Há opções de hotéis com vistas para o mar, mas também hostels mais simples. A melhor época para aproveitar a praia é entre os meses de maio e agosto.

Snapper Rocks, na Austrália

Um dos mais longos e perfeitos trecho de ondas do mundo. É em Snapper Rocks, um pequeno afloramento rochoso no lado norte da Danger Point, no extremo sul da Costa Dourada da Austrália, onde se concentram as melhores ondas da região de Queensland. Antigamente, era considerado um local para pescadores; hoje é palco de grandes eventos de surfe.

Apesar de ter hotéis, é comum ficar pelos arredores de Snapper Rocks em motéis (como nos Estados Unidos), que são geralmente mais em conta para quem quer passar poucas noites. Há opção também de alugar apartamentos. As boas ondas trazem muita gente para a praia: de 200 a 500 surfistas por dia. Por isso, chegue cedo e procure respeitar o espaço de cada um para aproveitar ao máximo a experiência.

G-Land em Bali, Indonésia

As maiores e mais constantes ondas da Indonésia, reconhecidas internacionalmente, ficam em G-Land, na ilha de Java, em Bali, também conhecida como Plengkung Beach. Trata-se de uma onda tubular e longa, que quebra por cima de uma bancada de coral. A dica é usar roupa e sapatos de borracha para evitar grandes problemas durante quedas. Para chegar até o local há duas opções: pegar um ferry-boat, atravessar uma parte terrestre e depois outra parte marítima, totalizando 8 horas de viagem ou gastar um pouco mais e ir direto de Speed Boat, de Bali à G-Land, que leva duas horas. A praia é um verdadeiro paraíso natural com características selvagens, pois está localizada na costa Leste da reserva florestal, que ocupa metade da ilha de Java.

Os três surf camps no local são as únicas opções de estadia. Em geral, costumam ser bastante agradáveis para quem quer passar uma semana imerso no mundo do surfe: Joyo’s Surf Camp, Green Garden e Island Wave. Vale lembrar que a temporada de ondas da Indonésia vai de abril a setembro. Em G-Land, há fotógrafos vinculados aos campings que clicam os surfistas nas mais variadas ondas e depois vendem as imagens. A dica é saber pechinchar para conseguir um preço justo.

Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha, Brasil

Conhecida como o Havaí brasileiro, a praia da Cacimba é uma das favoritas dos surfistas por conta das ondas, consideradas as melhores do país, com tubos rápidos e perfeitos. Nesta praia, a maior da ilha em extensão, é possível encontrar o visual mais famoso de Fernando de Noronha, o Morro Dois Irmãos. Com um mar de um azul estonteante e areia branca e macia, a Cacimba atrai milhares de turistas por ano. A época ideal para o surfe vai de dezembro a abril. Com ondas tubulares, Cacimba do Padre recebe uma das etapas do Circuito Mundial de Surfe, geralmente em fevereiro.

A Cacimba fica localizada entre a Baía dos Porcos e a praia da Quixaba. O acesso mais fácil é de carro, por uma estrada de chão batido que leva ao meio da praia. É uma praia ímpar também para o mergulho, de maio a novembro, e local da desova de tartarugas marinhas. Por isso, é importante seguir as recomendações sobre o uso consciente da praia com o Tamar ou ICMBIO. Para hospedagem, há dezenas de pousadas para todos os gostos, as mais próximas ficam a uma distância de três quilômetros.

Trestles, na Califórnia, Estados Unidos

Cenário para uma das etapas do campeonato ASP World Tour, Tertles é o lugar da melhor e mais constante onda da Califórnia. As ondas quebram em quatro picos diferentes, conhecidos como Cottons (bom para iniciantes e longboards), Upper Trestles (onde quebram mais direitas), Lower Trestles e Middles. De acordo com vários surfistas, a onda é bem manobrável e abre para os dois lados, graças ao fundo de pedra.

Localizado na praia de San Onofre, na cidade de São Clemente, Trestles fica a cerca de 40 minutos de Newport, na divisa do Orange County com San Diego. Para desfrutar das ondas de Trestles, vá preparado para evitar alguns incômodos. As ondas são tão boas que são disputadas pelos profissionais o dia inteiro. É recomendável chegar cedo ao local e ter um pouco de paciência. E, por falar em chegar, opte por ir de bicicleta até o ponto para evitar uma caminhada cansativa. Há diversos hotéis e hospedagens de todos os tipos em São Clemente, mas alimente-se bem antes de partir para o surfe, pois na praia não há quiosques ou até mesmo banheiros. Leve sua própria bebida e comida se pretende passar algumas horas a mais.

Maldivas

As ilhas Maldivas estão entre as surf trips dos sonhos de qualquer surfista. Afinal, há ondas para todos os gostos, água quentinha, cenário deslumbrante e o melhor: pouca gente no mar. O Circuito WQS da ASP passa pelas Maldivas, em geral nas esquerdas de Pasta Point, na ilha-hotel de Tony Hussein-Hinde. Por um bom tempo, a onda era exclusiva para os hóspedes dos hotéis Tari e Four Seasons localizados na ilha. Mas dizem que isso está mudando. É bom informar-se sobre a situação antes de ir. Outros picos bacanas são “North Male Atoll”, que tem sua temporada compreendida no período de abril a outubro, e o “Outer Atolls”, com melhores ondas de setembro a novembro.

Foto: Snapper Rocks, na Austrália por surfline.com