Acostumar-se com a altitude é o primeiro desafio numa viagem para o Deserto do Atacama. O segundo é preparar-se para uma jornada singular, com experiências e paisagens de tirar o fôlego. Esta é uma viagem para aguçar os sentidos: o deserto, em seu estado bruto e original, se manifesta em suas formas, texturas, cheiros, cores e luminosidade.
De Santiago, no Chile, até Calama são duas horas de vôo (1.518 quilômetros) sobrevoando a cordilheira dos Andes, e 01h45 de carro até a aldeia de São Pedro do Atacama (96 quilômetros).
Os hotéis da região são ótimos. No primeiro dia, é importante caminhar e respirar com calma para se acostumar com a altitude do lugar, e beber muita água para enfrentar o ar seco. As construções da cidade, são feitas com adobe, um tipo de tijolo feito de terra crua, água e palha, e moldado por processo
Artesanal ou semi industrial.
Nos hospedamos no charmoso Hotel Awasi, fica próximo da “cidadezinha”.Com apenas oito cabanas, combina simplicidade, sofisticação e harmonia com o meio ambiente. O serviço e a comida do Awasi são muito bons. Mas meu eleito foi o Tierra Atacama.
Nunca estive em solo lunar, mas caminhar no Vale da Lua acho que equivale a um passeio lunar…
Para evitar os aglomerados de turistas e aproveitar ao máximo, sugiro visitar o vale pela manhã, bem cedo.
A luz para fotos é ótima nesse horário. As rochas esculpidas pela erosão são impressionantes e o céu é o mais azul do planeta.
Outro passeio emocionante é conhecer os Geysers de Tatio.Vale a pena , sair do hotel às 04h30 da manhã. No caminho, passamos por um lago repleto de flamingos. E por casinhas solitárias no altiplano.
A temperatura registrava -5ºC, subimos o altiplano chileno até os 4,2 mil metros de altitude para observar os gêiseres no seu melhor momento, antes do sol ficar mais forte.
As águas ferventes jorram das rochas vulcânicas, formando um chafariz e colunas de fumaça, que contrastam com o céu brilhante e azul.
Algumas pessoas audaciosas aproveitaram para tomar banho nas piscinas de rochas vulcânicas, com água beirando os 40º Celsius.
Tomamos um café da manhã aquecido nas águas quentes que brotavam da terra. Tudo muito natural e quase surreal!
Outra turma de “descolados” no momento do café da manhã.
No retorno, paramos nas termas de Puritama, para aproveitar um banho a 33,5ºC.
A paisagem árida do canyon é quebrada apenas pela vegetação que emoldura as piscinas. Enquanto curtíamos o banho termal, nosso guia providenciou taças com um ótimo vinho chileno, que foi servido com petiscos preparados no hotel. Precisava mais?
No final da tarde andar pela vila é bem interessante para conhecer a cultura local. Tem lojinhas de artesanato e vários restaurantes charmosos.
Outro passeio incrível é o Salar de Atacama, para curtir o pôr-do-sol.
Este foi outro momento indescritível: um mar de sal colorido pelo entardecer iluminando uma lagoa natural com muitos flamingos rosados. De um lado, os vulcões. De outro, o infinito.
As cores e a grandiosidade da natureza tomaram conta da gente. O salar tem 100 quilômetros de comprimento por 80 de largura.
À noite, um programa emocionante. É observar as estrelas no meio do deserto, acompanhados pela explicação de Alain, um astrônomo francês que casou com uma chilena chamada Alejandra. Aprendi muito sobre as constelações e observei o céu através de telescópios super potentes. Se tiver lua cheia, a observação das estrelas pode ficar prejudicada. Vi Vênus e Marte bem pertinho.No céu, inúmeras estrelas cadentes passeiam e as constelações formam um lindo bordado. O frio era intenso, mas o chocolate quente oferecido durante o passeio noturno aqueceu os nossos corações.
Foram três noites e quatro dias únicos, com sensações e experiências que ficarão comigo para sempre, fazendo valer cada centavo investido. É um destino que recomendo!
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