Esta foi minha terceira visita ao Peru, na primeira fiz a Trilha Inca, na segunda, uma semana de surf em Punta Hermosa, e agora a convite da Taca, revi Lima, Cuzco e Machu Pichu.
Peru é um país barato, fácil de viajar e que oferece muitas possibilidades turísticas, tem programa para quem gosta de luxo, gastronomia, caminhada, surf, história, misticismo, enfim um pouco de tudo.
Depois de um vôo direto de 5 horas tendo como brinde a vista da Cordilheira dos Andes e seus inúmeros picos nevados, chegamos a Lima.
Capital fundada em 1535, foi um dia a mais rica e bonita cidade colonial da América Latina.
Seu centro histórico, concentrado ao redor da Plaza de Armas, está muito bem conservado e com um policiamento de dar inveja a nós brasileiros.
Com uma população de mais de 6,5 milhões de habitantes, Lima tem um trânsito caótico, devido a seus milhares de automóveis e uma frota de transporte publico muito antiga.
Os taxis sem mostrador, tem suas corridas compartilhadas e o valor deve ser negociado antes de embarcar.
Eu acho importante fazer city tour, seja onde for, pois mesmo já conhecendo a cidade, sempre se aprende alguma coisa nova.
Desta vez para mim, a novidade foi a Igreja de São Francisco. Em seu interior estão as famosas catacumbas, milhares de ossos, hoje catalogados e separados em nichos conforme a parte do esqueleto. Andamos literalmente “pisando em ossos”.
Adorei uma abóboda mourisca toda em madeira encaixada, construída para resistir inclusive aos terremotos; a biblioteca dos monges e a sala do coro, em cujo interior esta um livro de orações gigantesco para possibilitar a leitura, mesmo a distancia, pelos monges. Infelizmente, nada é permitido fotografar.
Na parte moderna da cidade destaco os bairros de San Isidro e Miraflores ,com mercados de artesanatos, shoppings e ótimos restaurantes.
Uma parada obrigatória do tour é na “Plaza del Amor” seja para admirar a vista panorâmica do Oceano Pacifico ou para os mais aventureiros, uma oportunidade de fazer um vôo duplo de asa delta sobre o penhasco, cuja plataforma esta bem ai ao lado.
Outra sugestão é, ao entardecer, visitar o “Circuito Magico del Agua” ,um parque com fontes de tamanho e desenhos diferentes, cujas águas dançantes iluminadas com luzes coloridas, fazem a alegria do povo que se diverte pulando no meio dos jatos de água. Se tiver tempo, fique para o show de luz e som.
Para quem gosta de museu, o Museu do Oro é imperdível.
Saindo de Lima voei para Cuzco, minha cidade preferida no Peru, um museu a céu aberto.
Cuzco possui um acervo de construções coloniais, erguidas sobre as pedras de antigos palácios e templos incas, igrejas e casarões cujos balcões de madeiras rebordadas se debruçam sobre calçadas estreitas
Não bastasse isto, juntasse ao ambiente, turistas descolados de todas as partes do mundo, jovens e velhos de mochila, crianças filhas de hippies, caminhantes, montanhistas e as “cholas”, muitas “cholas”.
As Cholas são descendentes de indígenas, que mantém há anos a mesma forma de se vestir: chapéu típico, tranças nos seus longos cabelos negros, vestido encorpado com anágua de renda e quase sempre um pano colorido nas costas seja para transportar seus filhos, ou mesmo algum mantimento. Esta vestimenta típica também serve para ganhar um dinheirinho extra, “sacando fotos” com os turistas.
Cuzco se conhece a pé, subindo ladeiras estreitas, desvendando seus labirintos de inclinados muros de pedras, cruzando com mercados de frutas, verduras e artesanatos.
Passando pelas inúmeras igrejas fique atento, pois se tiver sorte, pode assistir uma missa em “quéchua”, língua indígena ainda hoje falada por milhões de pessoas no Peru, Bolívia e Equador.
Cuidado com o SOROTE, o mal da altura, quase sempre 12horas de dor de cabeça, tontura, vômito,… uma espécie de multa a pagar aos deuses por entrar em seus domínios. Como evitar? Não descobri: sorte, chá de coca…, ou como se diz popularmente “andar despacito,comer poquito e dormir solito”.
Koricancha, em quechua, “templo de ouro”, foi o mais importante do império Inca, dedicado a Inti, Deus do Sol.
Este é um dos muitos exemplos de como os espanhóis incorporaram o trabalho em pedra dos Incas à estrutura dos prédios coloniais.
A Catedral de Santo Domingo foi construída usando as pedras do templo Koricancha, nas suas fundações. Sua construção levou mais de um século. Muitos terremotos danificaram seriamente a Catedral, mas as paredes em pedra dos Incas continuaram intactas.
Partindo de Cuzco se vai a Sacsayhuaman, parque arqueológico ao norte da cidade, cobrindo uma área de 3.094 hectares. Seus altos muros em ziguezague ainda hoje são um mistério. Suas paredes de pedras de dez, doze ou mais faces se encaixam de forma tão perfeita, que é impossível passar uma lâmina entre elas. Quem construiu? De que forma transportaram estas pedras? Vale o passeio.
Também a partir de Cuzco, com ou sem parada no Vale Sagrado, seguindo de trem o curso do Rio de Vilcanota se chega a Machu Picchu.
A principal atração turística do Peru está a 4horas de trem de Cuzco a uma altitude de 2350m, em plena Cordilheira dos Andes. Foi descoberta em 1911 pelo americano Hiran Bingham. Quem chega de ônibus vem de Aguas Caliente, local de parada do trem, já quem chega a pé, Trilha Inca, entra pela Porta do Sol (Intipunku).
As construções em pedra datam possivelmente do sec. 15 e 16.
Infelizmente, hoje só 30% é original, feita pelos incas e facilmente reconhecida pelas pedras milimetricamente colocadas, sem rejunte, sem espaço, o resto dito por eles, foi reconstruído por nós os “incapazes”. De qualquer forma o conjunto de construções é impressionante e a vista, seja do vale lá em baixo ou das montanhas como o Waynapicchu, é maravilhosa. Não há quem chegue lá e não se emocione.
A visita a Cidade Sagrada costuma durar 4 horas, percorrendo muros, a Praça Principal, Relógio de Sol,Templo das Três Janelas, torres de vigilância, salas das oferendas,….enfim uma amostra de toda a grandeza intelectual e espiritual da civilização Inca.
No fim da tarde, de volta a Águas Calientes, segui para Cuzco num trem repleto de turistas europeus tagarelando maravilhados sobre o que viram.
Cheguei a tempo de jantar num dos inúmeros restaurantes com mesa na sacada e vista para a Catedral, minha despedida oficial da cidade que tanto gosto.
No dia seguinte um voo curto a Lima e outro direto a Porto Alegre.
Minha viagem ao Peru desta vez foi curta, cinco dias, mas intensamente vividos.
Até a próxima!
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