Pur-tu-gal

é assim que os portugueses gritam nos estádios e o que eu disse quando cheguei a Lisboa.

Para a “felicidade de todos e bem estar da nação“, ou melhor, das colegas da agência, que não aguentavam mais me ouvir repetir que precisava conhecer Portugal, a cada vez que tinha de fazer um roteiro ou orçamento.
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Uma vez que estava viajando em família, resolvi fazer uma excursão, assim não precisaria continuar “trabalhando”, não me preocuparia com nada, seria uma passageira. Além disto, o tour me possibilitaria conhecer o interior, que muito me interessava.
Fui direto a Lisboa, cheguei 03 dias antes de começar o tour. Lá me hospedei no Chiado, adorei a localização, próxima ao Rossio e ao lado do Bairro Alto.
Nestes dias aproveitei para fazer alguns passeios que sabia que não estariam incluídos no tour, visitar igrejas e museus como o do Azulejo, o de Belas Artes e o Museu de Arqueologia do Carmo. Este último, localizado no convento do Carmo, ou melhor, no que sobrou dele após o terremoto de 1755, há artefatos e peças do período pré-histórico, medieval e romano.

 

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Na Sé Catedral e seus claustros, com as escavações arqueológicas é permitido ver alguns vestígios (pedras esculpidas e ferramentas) das ocupações muçulmana e romana também.

 

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Já na Igreja-Casa de Santo Antônio, visitei o quarto onde dizem que este querido santo nasceu.

 

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Saindo da parte histórica, fui ao Parque das Nações. Essa região foi toda reestruturada para a Expo 98 e abriga o maior aquário da Europa e o terceiro maior do mundo, o Oceanário de Lisboa.
Subir no elevador de Santa Justa, caminhar pelo Bairro de Alfama com suas ruelas, sacadas cheias de roupas penduradas e um som de Fado sempre ao fundo, são coisas que não se podem deixar de fazer em Lisboa.

 

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Andar de “eléctrico” é outra dica, uma ótima opção é o número 28, pois além de meio de transporte  passa por vários pontos turísticos, quase um city tour por € 2,50.
Outro passeio de turista de primeira viagem é ir a Sintra, Cascais e Estoril. Embarquei na Estação Oriente, que por si só já é uma atração. Em apenas 40 minutos de trem chega-se a Sintra, Patrimônio da Humanidade do século IX, famosa por seus palácios castelos e doces incríveis. Subi ao Castelo dos Mouros, fortificação militar no topo de uma serra exuberante, de quando os árabes ocupavam o país, depois visitei o Palácio Nacional da Pena, construído por Fernando III, uma mistura de quase todos os estilos decorativos, desde a antiguidade até a renascença. No centro da cidade tinha um destino certo: a Pastelaria Piriquita, para provar os famosos travesseiros, e as queijadas de sapa.
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Feito isto, segui de ônibus para Cascais, com seu centro histórico de casinhas coloridas e de lá fui caminhando pela orla até o Estoril para conhecer seu famoso cassino. Na volta de trem para Lisboa, passa-se por antigas fortificações e praias com falésias.
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Passeio noturno obrigatório é ir a uma casa de fados e aos bares do Bairro Alto. Lá o legal é ficar conversando e bebendo nas ruas, em frente aos pequenos restaurantes.
Têm também as Docas de Alcântara, galpões à beira do Tejo transformados em barzinhos e danceterias.
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Por sugestão de um dos meus companheiros de viagem, fomos assistir ao amistoso das seleções de Portugal e Espanha no Estádio do Benfica, estádio este super moderno, tudo muito limpo e organizado. Os portugueses estavam com os espanhóis “entalados” desde a copa da África e não sei o que aconteceu com a Seleção campeã do mundo, pois Portugal ganhou de 5X0. É obvio que Cristiano Ronaldo estava lá fazendo pose como sempre.
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No primeiro dia da excursão, visitei os cartões postais de Lisboa: A Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerônimos, o Padrão dos Descobrimentos e provei o autêntico pastel de Belém.

 

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Já no tour, saímos de Lisboa e a primeira parada foi em Óbidos, onde fizemos uma caminhada para conhecer esta bela vila, considerada um dos melhores exemplos de cidadela medieval. É um aglomerado de casinhas brancas, circundada por uma muralha no alto da colina.
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Seguimos depois para Fátima, centro de peregrinação católica.

 

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A próxima parada foi em Coimbra, onde visitamos a magnífica biblioteca, considerada uma das mais ricas do mundo, realmente impressionante.
Prosseguindo para a região do Minho, paramos em Barcelos, terra do famoso galo, e em Braga, antes de chegar a Guimarães. Considerada o berço da nação, tem seu centro histórico tombado pela Unesco, sendo algumas das principais atrações o Palácio dos Duques de Bragança, castelo e Capela de São Miguel.

 

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O próximo destino era um dos que eu mais esperava: Santiago de Compostela. Sendo domingo pude assistir à Missa do Peregrino e o verdadeiro espetáculo do botafumeiro. Emocionante, mas terei que voltar, pois, como tinha muita gente, não pude “abraçar o santo” e a chuva intensa me impediu de caminhar e curtir mais a cidade, mas não de comer a famosa “Torta de Santiago”, uma delícia.
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Prosseguindo chegamos ao Porto.
Nenhuma viagem a Portugal é completa se não tiver uma esticada ao Porto, a segunda cidade do país. Caminhando pelo centro histórico, onde a cidade teve início, há um belo casario secular e igrejas cheias de ouro (como a Igreja de São Francisco). Também lá está o cartão postal da cidade: a Torre dos Clérigos, em estilo barroco.

 

Torre dos Cléricos
 
Bem perto, outra preciosidade, a Livraria Lello e Irmão, instalada em um edifício neogótico do início do Séc. 20.  Por ali ainda visitamos o Palácio da Bolsa (que tem o salão árabe inspirado no palácio de Alhambra e com detalhes mouriscos em ouro), a Estação de São Bento, o Mercado do Bolhão e antes de seguir adiante, uma parada para uma “bica” no elegante café Majestic, todo em estilo art nouveau.

 

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Eu estava hospedada em um hotel que fica em um dos metros quadrados mais nobres da cidade e próximos a um dos mais modernos edifícios portugueses, a Casa da Música, que valeu uma visita guiada, mas a região da Ribeira é também muito agradável, principalmente para um fim de tarde, onde é possível ficar em um dos vários cafés e restaurantes à beira do Douro só vendo “a vida passar”!
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Outras duas visitas obrigatórias no Porto é a Catedral da Sé e a uma cave de vinho do Porto. Eu fui com o grupo para uma degustação na Sandeman e depois voltei a Vila Nova de Gaia, atravessando a ponte D. Luis I a pé, para ter a melhor vista do Porto, do outro lado do rio.
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O tour continua em direção a Amarante, cidade charmosa, às margens do rio Tâmega, um dos afluentes do Douro sendo seu maior cartão postal a ponte de pedra, erguida em 1790. Seus doces conventuais são muito gostosos e, digamos, “interessantes”. Seguimos através das paisagens da Serra do Marão, onde visitamos os Jardins do Palácio de Mateus até chegar a Vila Real.
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A partir daqui, entramos na região do vale do Douro, onde é cultivada a vinha do mais famoso vinho português, o vinho do Porto. Paramos em Lamego para almoçar e visitar os Santuários de Nossa Senhora dos Remédios e chegamos a Viseu, que tem um encantador centro histórico.
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De novo a paisagem muda completamente, pois seguimos para a Serra da Estrela, ponto mais alto de Portugal, onde os portugueses esquiam e produzem o famoso queijo serra.
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A próxima parada foi em Castelo Branco, sendo o principal ponto turístico o Jardim do Palácio Episcopal. Continuamos a viagem passando por Portalegre e Estremoz até chegar a Évora. Aqui as minhas expectativas eram o Templo de Diana, construção do século I, em estilo coríntio, que mesmo restando apenas colunas dá uma bela foto e a Capela dos Ossos, na Igreja de São Francisco. Considerando que a cidade em si me encantou, ficamos em um aconchegante hotel dentro das muralhas e descobrimos que tem também uma vida noturna bem agitada.
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De volta a Lisboa, para despedida visitei a Fundação Calouste Gubelkian, com seus jardins do Burle Marx e a linda coleção de Lalique, amigo pessoal do armador.
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Encerrei o dia no Castelo de São Jorge e desci para o Rossio, pois não podia sair de Portugal sem tomar uma ginja, no tradicional bar “A Ginjinha”.

 

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Entre os muitos restaurantes destaco o Amo te Chiado e a Cervejaria Trindade. Um lugar bem típico para provar a comida do Alentejo em Lisboa é a casa do Alentejo, que pelo prédio já vale a visita. Como me disse uma amiga portuguesa e eu pude comprovar, temos que nos deixar levar pelo aroma, pois dobramos uma esquina e encontramos um restaurante simples, mas maravilhoso. O melhor é que no “prato do dia” tem sempre bacalhau! Quanto aos vinhos, sem comentários, sendo que o da casa é sempre uma ótima pedida.

Ora pois, finalmente conheci a terrinha!!!

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